quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Intercâmbio...

Três semanas...
Na verdade... quase um ano atrás decidi embarcar numa idéia, talvez um sonho... quem sabe um objetivo.
Três semanas passadas, um vôo e um desejo: SER!
Quem?

Cheguei a Portugal com o propósito de estudar, ser uma “erasmus”, concretizar o plano que elaborei: Sair do meu Estado, do meu País, conhecer uma nova cultura, provar de novas visões, conhecer pessoas, estabelecer contatos, aprender, estudar...
Só não imaginava que o novo país me impusesse tantas dificuldades, quais não constavam em meus planos. Agora não é um país que passo a conhecer... Um mundo em mim gira, e são tantos os vôos que já me sinto tão perdida e só...
E de que plano eu estava falando mesmo?
O que me trouxe a Lisboa? Isso já não importa mais...
Estou em contato com um novo por mim não imaginado e jamais concebido.
Sinto saudades de casa e, sobretudo dos meus... do que sempre me confortou.
Sinto-me só às vezes e talvez isso não tenha me permito viver o que há três semanas me espera.
Estou com medo, com receios, sinto-me tão pequena e indefesa que a vontade que dá todos os dias é de ficar em casa.
Elaborei um novo plano.
ABRIR A PORTA!
Estou com medo, mas isso não me impede de acertar, mesmo errando, mesmo tropeçando, mesmo me perdendo e mesmo não sabendo...
Se tudo o que deixei para aprender só está sendo possível agora, PACIÊNCIA, então essa é a hora!
E que dia mais sugestivo para publicar esse desabafo...
Não deixo de ser a menina que sempre fui só não há mais a mesa para me esconder, a mãe está no Brasil, o irmão cuidando da vida dele, o namorado a minha espera e os amigos acreditando em mim... ‎"Você não sabe a força que tem até que a sua única alternativa é ser forte" Johnny Depp.
Não quero decepcionar quem me espera e muito menos a mim... Se novos rumos foram tomados, que assim seja e serei a ousadia que eu sempre fui até o fim.
Crescer, aprender um novo idioma, coragem, ser forte, aprender, estudar, conhecer pessoas e não ter medo de conhecer-las...
Onde foi que eu perdi a minha cara de pau? Se acharem ai no Brasil, por favor, me mandem via SEDEX...
Mainha: To crescendo e só ta doendo um pouco... mas com a sua benção eu vou a qualquer lugar e por todos os seus ensinamentos eu não vou falhar, e se isso acontecer... não será o fim!!!!!
Estou num novo país, com uma nova cultura, um novo povo... E não vou deixar de ser quem eu sou por isso.
O que basta é que EU CONSEGUI!!!!!!!!!!!!!!!
Fase: ERASMUS!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Meu louco Clichê



Das vezes que fui tentando ser ao menos um qualquer pormenor, tinha em mim o desapreço por não ter de mim mesma o que enlouqueci não achar.
Dos mundos, belos quais visitei, perdendo cada vontade minha em tanto falsismos belos mundos que me rendi...pergunto: Destes, quanto ainda tinha de mim? Quando se quer metade fui?"
E dessas vezes que não se joga por ganhar, nem se tenta por azar, porque nem me fiz cogitar uma tentativa qualquer, não haviam motivos pelos quais poderia me lançar porque não me tinha a vontade em fazer. E dessas vezes... em que quis eu , desses mundos ficar no meu, rompi minha lógica de amar.
E por esses dizeres que mais de brunos têm do que de mim tentei clamar, é que neles ponho a culpa em me perder ... pois quando ainda quis tratar dos meus notei que a linguagem e o pensar submergiam o desejo brunodiano de expor, no se dar, no ter, no encontro, de que com ele, meu adorado bem querer a quem devoto o meu ser quando clamando a mim é dele que digo.
Oswaldo*, e que a minha loucura também seja perdoada, porque metade de mim que era pouco amor ele completou e a outra parte também.
E nessa perda encontro a mim...
De te querer.



Fase: não que essa seja uma e nem espero que seja.





*Oswaldo Montenegro

sábado, 21 de maio de 2011

Cinco em função


Toca!
Ouve?
Serena, feliz, notas perfeitas...
Fabuloso!
Vê?
Que encanto! O visgo febril em tanto vigor.
Suave!
Sente?
Ar, leve... paz.
Saboroso!
Qual?
Incomum, gostoso!
Quente!
Queima?
Aquece!
Sentidos, sentindo-os, experimentando-os, experimentai-vos, posto a ti!
Onde?
Por onde?
Espalhei meus sinais, esfreguei-me para meu rasto deixar, embevecidos, licores derramei, estão por ai, use, os sentidos, teus, sentindo-os, a mim.
Encontra-te,
A mim.
Em mim,
Sentidos esperam,
Que tu me encontres,
E somando-os façamos um só ser dois, de dois, que sentindo, só será mesmo um!
Espero-te!



                     ... de você!


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Continuando...






É como conhecer uma nova banda, um novo cantor, um novo som.
É fechar os olhos e escutar o nada e sentir a mente esvaziar.
É lembrar e esquecer numa proporção tão fugaz e tão meticulosa que até dá pra sentir o sabor que tem a vida.
É ficar no portão, embrulhado num cobertor, sentir o frio e ver a chuva cair nessas noites em que os pensamentos são as melhores das companhias.
É acordar e desejar todos os breves minutos que ainda estarão por vir.
É desacreditar, ter medo, receios e fingir que essas coisas são tão pouco prováveis quanto à coragem.
É tocar a si e sentir o fulgor da alma que feito criança cresce em graça, força e beleza, sem mágoas dos tombos, com seus desajeitos e ainda mais curiosa.
É poder chegar na madruga de uma festa e ter um amigo para não dizer nada, apenas rir.
É descobrir que um dia qualquer pode não ser “um qualquer dia”.
É sentir o coração regozijar numa paz, sem saber por quê.
O mundo girando em caos, a moda sensacionalismo entorpecendo as mentes e transformando o povo em zumbis, pessoas que metem e roubam os sonhos de quem vive deles, o amor e a cumplicidade perdendo numa queda de braço com o materialismo e a hipocrisia.

E tudo isso só pra dizer que sinto o peito feliz... Que o medo de me machucar me ajudou a encontrar uma forma melhor de viver e de sentir o mesmo peito feliz voltar a bater.






Fase: Continuando...



segunda-feira, 7 de março de 2011

Do que tive (tenho)... o que não terei?




Tenho um corpo cansado, um peito ferido, olhos perdidos e uma razão muda que agoniza por atenção.
Tenho uma alma que pede clemência aos meus desenganos.
No peito ferido, um coração que insiste pulsar, mesmo lento, mesmo incrédulo, mesmo no âmago da prece de minha alma, persiste em pulsar. Sem alguém, ninguém, sem eira nem beira, sem um alimento, um alento, um amor para amar, ele insiste... Insiste em me fazer sofrer, nos clichês, na incoerência, nos auxes, nos falsos caprichos de uma madrugada de insônia adentro.
Tinha a satisfação nos olhos, as luzes do alvor como uma esperança crescente de mundo que passava nascer dentro de mim.
Não consigo entender a ânsia de minha razão, só sinto resvalar o cheiro podre por tamanha irresponsabilidade de dela não cuidar.  Pobre de ti.
Num canto qualquer de mim, comprimida, chorosa, suja, perturbada e insana, a alma me culpa, me xinga, me esquece.
Chão borrado, paredes escuras... Em um silêncio pavoroso ecoa meus passos.
Procuro um sentimento para me acompanhar na peregrinação, nem a raiva, a magoa, o ódio, a decepção, a tristeza, nem mesmo a pena de mim ou por alguém. São passos, desgovernados, solitários que caminham em um corpo vazio.
Tinham em mim todos planos, os mágicos sonhos, o corpo vívido, o peito seguro.
Tinha os braços abertos, os medos domesticados, os dentes a mostras e um Q que nunca soube ou saberia explicar.
Tive coragem, mas do que medos... Encarei meu pessimismo, pisei no meu orgulho e em minha ética, para arriscar.
Não é arrependimento, é cansaço... Todo esse muuundo já está gasto, está penado.
De tudo o que tive, não sei se mais terei. Bom aprender, ou melhor, reaprender, de novo isso aqui não tem nada, novo mesmo só é a fadiga que encarna em mim.
Que eu tenha pelo menos os amanhãs, pois a única certeza, a que me move, é de que nunca é tarde para recomeçar.



Fase: ?




domingo, 23 de janeiro de 2011

Voar



Fincada na terra, andando entre aqueles que plantados por aqui também estão, desconhecia a imensidão que fora do chão há.
Tantas noites eu andei envolvida pelo céu, tantos dias eu me enxerguei naquele firmamento.
Eram estrelas que encantavam a alma, que escutavam o peito,
luzes que sorriam na espera de um dia , eu, poder chegar.
Muito caminhei, por entre os sonhos dos outros fiz escadas. Eu queria chegar lá, só precisava está .
Mas de nada adiantava juntar tantas peças para ir ao mais alto dos destinos, eu não conseguia montar, não dava para alcançar.
Conhecer as estrelas e a beleza do alto, a liberdade, o corpo solto, a alma leve e de de cima enxergar o que as vistas cegas, do chão, não atingiam.
Deixei de ver as estrelas, fui rendida pelo desafio.
Enclausurei-me nos portões, e já estava a esquecer dos sorrisos que ainda luziam.
Sentada vendo a vida passar sentir uma brisa doce despertar o corpo ainda agudo pelo desejo.


Eram asas que tomaram de rompante a minha cintura e no bater do vôo, abraçadas a mim, decolaram.
Ainda não entendia como? Como isso assim?
Era o vôo que eu esperava.
Eu só precisava de asas.
Do alto, sentir um mundo dentro dos meus braços, que de tão ébrios pelo desejo eminente se abriram para agarrar toda aquela vastidão.
Segura, não senti medo de cair...
Meus olhos cairam no mundo a procurar, nada encontravam... Apenas senti que ali em algum lugar deveria está.
E estava!
Estava a me tomar.
Entre as asas a imensidão que queria enxergar.
Feito de luz, feito dos sorrisos que luziam...
Veio como enviado, como destinado...
E segura estou!
E agora, em qualquer lugar em que eu esteja o mundo será esse que cabe nos meus braços, será essa liberdade.
Visitarei as estrelas, andarei por entre os outros, mas fincada não mais, porque asas eu ganhei.
E entre elas eu sempre estarei.

Fase: Aprendendo a voar.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Amanhace...



Teto tão branco refletia meus olhos amanhecidos das saudades do que nunca tive.
Teto tão branco se fez desenhar o que é esperado, daquele dia que aguardo em teste me colocar.
Teto, já não mais brancos, e nem sabia de que cor pintar, soube apenas desenhar os gestos e o sentimento que naquele instante eu vivi.

Tetos negros cobriram o que não posso ver:
Escurece essa sensação, pois o que se espera pode não chegar, pode não ser, não deve vingar.
Deixei o teto preto, pois o certo é essa cor pintar.
Fecho as pálpebras para não mais olhar aquele teto sem cor que de cor não precisava ter, só precisa amar.

Não, já não há mais solução em fechado os olhos ficar.
Das cores que não sabia e do teto que eu me escondia, foi no colo, sedento, parar e apertar.
Nota, que tamanha vontade tem força para arrancar do diminuto momento o giz do pensamento e marcar feito cicatriz esse desejo que não deve se desejar?

E no susto, o SÓ AGORA da vizinha veio tocar e enfim pude levantar e acordar desse transe louco que me fiz imaginar.



Sem pressa, do jeito que tem que ser
Que mais posso fazer?

Bom Dia!!!
                                                                                         


Fase: Esperas...